ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XVI), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XVI), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XVI)

Salem Jubrán

سليم جبران

Salim Jubran nasceu em al-Buqai, aldeia da Galiléia superior, em 1941 e é cidadão israelense. Estudou na Universidade Haifa língua e literaturas inglesas. Ativista incansável pola causa do seu povo desde Rakah, escrevendo assiduamente nos jornais al-Ittihad e al-Ghad. Só um livro de poemas tem escrito: Poemas sem residência definida, 1970.

Salim Jubran, que mora em Nasra (Nazaré), é hoje um dos maiores poetas combatentes da Palestina no interior do Estado israelense.

O enforcado

Podiam-se ver, em algumas feiras de Israel,

joguetes que representavam um árabe enforcado

.

Um homem enforcado

é o melhor brinquedo.

O divertimento de preferência para meninhos

nos mercados se proporciona.

Mas não… não é na praça

onde agora se vendem… Não os procureis.

Que os vossos pequenos entendam.

Há muito que se esgotaram.

Ó espírito dos mortos

nos campos de concentração nazis!

Não é um judeu em Berlim

o homem enforcado.

É um árabe, como eu, do meu lugar,

que os vossos irmãos penduram…

Perdão… que colgam agora

as sombras nazis

em Sião.

Ai, almas dos mortos

nos presídios nazis!…

Se vocês soubessem!…

Se soubessem!…

https://www.knooznet.com/upload/06-2017/article/19113997_441220189581844_2276992815519814861_n.jpg

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XV), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XV), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XV)

Fadwa Tuqán

فدوى طوقان

Cantigas para os comandos

Parto

O vento arrasta o pólen

e a terra nossa sacude-se de noite

nos tremores do parto.

A si próprio se engana o verdugo

quando conta a patranha da incapacidade,

a história da ruína e dos cascalhos.

Jovem manhã nossa!… Conta tu ao verdugo

como são os tremores do parto;

como nascem as margaridas

da dor da terra

e como se levanta a manhã

do cravo do sangue nas feridas.

Quando chove as más notícias

O vento nas montanhas trança o fumo

e através de carreiros de noite e trovoada

chove rochas e pedras:

Negras, na cinza,

na fumarada, negras.

Que chova como queiram essas rochas!

Que chova como desejem essas rochas!

O rio segue correndo para a sua desembocadura,

e passando a volta das sendas, na ampla distância,

aguarda a manhã.

Aguarda a manhã por nós.

Como é que nasce a cantiga

Apanhamos as cantigas

do teu cansado e derretido coração,

e sob o denso mar das da escuridão,

com amorosa luz,

holocaustos e incensos, a amassamos;

Colocamos nelas a força do seixo e da rocha.

Depois tornamo-las no teu limpo e puro coração,

ó povo combatente e tão sofrido!

Chega-me com seguir no teu colo

Mais não pido do que morrer acima dela,

ser enterrada nela;

do que dissolver com a grama, desaparecer,

e brotar como ervinha do seu chão

feita flor, com a que brinque

a mão dum meninho* criado no meu país.

Tudo quanto pido é permanecer no colo da minha terra:

Como pó, flor de laranjeira, erva…

https://i2.wp.com/fatehmedia.eu/wp-content/uploads/2017/10/%D9%81%D8%AF%D9%88%D9%89-%D8%B7%D9%88%D9%82%D8%A7%D9%86.png?resize=615%2C330

Cursos UNED SÉNIOR

Cursos UNED SÉNIOR

NPG E Culturalia GZ COA UNED SÉNIOR
Novos cursos literarios e artísticos na UNED Sénior.

O grupo poético NPG Nova Poesía Guitirica e a plataforma CulturaliaGZ colaboran coa UNED Sénior de Aranga, Monfero e Terra Chá na realización de novos cursos de poesía, literatura e arte.
O poeta chairego Martiño Maseda e a poeta/artista Adolfina Mesa serán os encargados de coordinar as clases e obradoiros destas novas materias, que contarán co apoio da NPG e Culturalia, e os seus compoñentes.

Así, as preinscricións e información poderánse até o 15 de setembro nos seguintes correos:

info@culturaliagz.com
dosvilares@gmail.com
coordinadorunedsenior@gmail.com

Tamén a través das redes sociais da NPG Nova Poesía Guitirica, CulturaliaGZ e Os Vilares Lareira de soños.

Para preinscricións chega con enviar a calquera desas direccións os datos que se indican a continuación:

Nome e apelidos
Data de Nacemento
DNI
Estudos
Dirección
Tfno fijo e/ou móbil
E-Mail

 

PROPOSTAS DE CURSOS:

  1. OBRADOIRO DE POESÍA: POEMAXE (unha combinación de poesía e imaxe).
  2. OBRADOIRO DE NARRATIVA: O MICRORRELATO (a condensación literaria da 
    palabra).
  3. CURSO DE PINTURA E ARTES DECORATIVAS (a emoción reflectida a través 
    da cor).

    Obxectivos:
    Que o alumnado se achegue ás disciplinas pictórica e literaria (pintura, poesía, narrativa) dun xeito ameno coa intención de provocar un exercicio comunicativo das emocións ao tempo que se adquiren unha serie de coñecementos
    relacionados coas disciplinas mencionadas.

    Finalidade:
    Creación dunha antoloxía literaria (poesía ou narrativa) ou pictórica cos traballos realizados polo alumnado ao longo dos obradoiros, para que sexan apreciados por parte do público.

 

 

Aberto o prazo de matrícula da UNED Sénior, para maiores de 50 anos
15.06.2018 | | A Coruña

A UNED Sénior da Coruña xa abriu o prazo de matrícula para o curso 2018/2019 e poden inscribirse todos os maiores de 50 anos que queiran unha formación universitaria. A inscrición seguirá aberta ata que se completen as prazas e comecen as clases en outubro. O ano pasado un total de 365 alumnos acudiron á UNED Sénior e agárdase que o número sexa similar ou maior. Tamén se impartirán os seguintes aulas: Prevención de Riscos na Vida Cotiá, Actividade Física e Incidencia na Saúde, Patrimonio Histórico, Informática, Música, Canto e Gimnasia. Cada unha terá unha duración de 30 horas lectivas.

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XIV), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XIV), por André Da Ponte

ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XIV)

 

Fadwa Tuqán

فدوى طوقان

A liberdade do povo

Na minha pátria, o furacão, as chuvas, e os tronos

repetem comigo:

Liberdade!

Liberdade!

Liberdade!

Continuarei escrevendo seu nome quando combater:

Na terra, nos valados, nas portas,

frente das fendas das casas;

na mesquita e no altar da Virgem,

por todos os caminhos das herdades.

Por todos os outeiros, as ladeiras,

as ruas, as esquinas.

No cárcere e na câmara de torturas.

Na madeira das forcas.

Prosseguirei, sem embargo das cadeias,

apesar da destruição das casas,

Apesar da mordida das brasas,

a escrever o teu nome. Para olhar

como se vai espalhando pola* nossa pátria e medra,

e segue crescendo

sem se deter, até cobrir

cada polegada da sua húmida terra.

Até ver como uma vermelha liberdade abre todas as portas

enquanto fuge a noite

e esmaga a luz as hastes da névoa.

Liberdade!
Liberdade!
Liberdade!
Voz da grande cólera que faz versos
Sob as balas, no meio das chamas
Voz que persigo apesar das correntes
Cujo avanço apresso, apesar da noite
E luto fazendo versos
Liberdade!
Liberdade!
Liberdade!
E o rio sagrado e as pontes fazem versos
Liberdade!
O trovão, o redemoinho e a tormenta da minha pátria
Fazem versos comigo
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Continuarei luitando
E gravarei na terra, nos muros
Nas portas, nas janelas
No templo da virgem e nos mihrabs
Nos sulcos, nos relevos e nas rochas
Na prisão, na câmara de torturas, na forca
Apesar das correntes, apesar da destruição das casas
Apesar da mordida das brasas
Continuarei gravando teu nome
Até que a veja
Estender-se sobre minha pátria e crescer
Crescer, crescer
Até cobrir cada polegada de sua terra
Até que eu veja a liberdade vermelha abrir cada porta
A noite fugir e a luz destroçar as fortificações da névoa
Liberdade!
Liberdade!
Liberdade!
O rio sagrado e as pontes fazem versos
Liberdade!
E as duas margens fazem versos
O trovão, o redemoinho e as tormentas de minha pátria
Fazem versos comigo
Liberdade! Liberdade! Liberdade!

https://rommanmag.com/uploads/posts/bposts20171115103337.png