Achegamos cartaz e nota informando do acto de inauguración da Exposición de Debuxo de Xesús Trastoy “SÓ LAPIS”, organizada polo IESCHA, coa colaboración do Concello de Vilalba, prevista para o sábado, día 14 de xullo, ás 20:00 horas, no Auditorio Municipal de Vilalba.
A mostra permanecerá aberta, no horario do Auditorio, ata o día 20 de agosto.
*Información facilitada polo IESCHA.
سميح القاسم
Talvez perda — se desejares — a minha subsistência,
talvez as minhas roupas e o meu colchão venda,
talvez trabalhe na canteira como carregador ou como varredor,
Talvez no esterco procure os grãos.
Talvez fique despido e faminto
mas não me venderei,
ó inimigo do sol!
Resistirei
até a última palpitação de minhas veias.
Talvez espolies a derradeira polegada da minha terra.
Talvez aprisiones a minha mocidade.
Talvez roubes a herança de meus avôs,
os móveis,
os utensílios
e as jarras.
Talvez queimes os meus versos e os meus livros.
Talvez atires meu corpo aos cães.
Talvez espantos de terror levantes sobre a nossa aldeia.
Ó inimigo do sol!
Mas não me venderei
e até a última pulsação de minhas veias
Resistirei.
Talvez apagues todas as luzes da minha noite.
Talvez me prives da ternura de minha mãe.
Talvez adulteres a minha história.
Talvez ponhas disfarces para enganar os meus amigos.
Talvez valados e muralhas eleves ao meu redor.
Talvez me crucifiques um dia diante de espectáculos indignos,
mas não me venderei,
ó inimigo do sol!,
e até a última pulsação de minhas veias
resistirei.
Ó inimigo do sol,
o porto transborda de beleza… e de signos,
dornas* e alegrias,
clamores e manifestações,
cantos patrióticos estalam nas gargantas
e no horizonte… há velas
que desafiam o vento… a tempestade e franqueiam os obstáculos.
É o retorno de Ulisses
do mar das privações,
o regresso do sol… de meu povo exilado
e para os seus olhos
ó inimigo do sol.
Juro que não me venderei
E até a última pulsação de minhas veias
resistirei.
Resistirei.
Resistirei.
Hei-no gritar
Enquanto me restem algumas polegadas da minha terra,
enquanto me reste uma oliveira,
uma laranjeira,
um pouco… um pequeno bosque de cactos,
enquanto me restem as lembranças,
uma pequena biblioteca,
a foto dum avô… uma muradelha,
entrementes restem ao meu país palavras árabes
e as cantigas do povo,
enquanto durem manuscritos dos meus poemas
e os contos de Antar al-Absi:
“as guerras do Chamado nas comarcas de Roma e Pérsia”,
enquanto me restem olhos,
livros,
mãos,
enquanto me restem alentos
hei-no gritar frente do inimigo.
Hei-no gritar. Declaração de guerra
em nome dos homens livres,
operários, estudantes, poetas,
hei-no gritar… e que os bandulhos frouxos
e os inimigos do sol
se fartem do pão da vergonha.
Enquanto me restem alentos,
e alimento me restará
a minha palavra será pão e arma
nas mãos dos guerrilheiros.
Faise público o fallo do xurado da Mostra TEATRONOITE organizado pola Concellería de Cultura do Concello de Vilalba, para grupos de teatro afeccionado, que presentaron as súas obras en lingua galega.
A selección das obras realizouse por unha Comisión formada por o director da Escola Municipal de Teatro de Vilalba, Guillermo Álvarez Cancelo, e os representantes da Concelleira de Cultura do Concello de Vilalba, a concelleira Consuelo Grandío Pardo e a técnico de cultura Sonia García, actuando esta como secretaria.
As compañías de teatro seleccionadas foron as seguintes:
Sen Cancelas Tetaro de Santa Comba (A Coruña) coa obra “A Corda” que se representará o sábado 28 de xullo.
Todas as obras terán lugar na Praza da Constitución e serán representadas no Templete, agás no caso de choiva que pasarán ao Auditorio Municipal Carmen Estévez.
Hora das representacións: ás 23:00h.
A Asociación Socio-Cultural Lareira de soños dos Vilares presentou hoxe unha queixa na oficina do Valedor do Pobo de Galicia ante o desamparo das administracións local, provincial e autonómica para a restauración dos frescos renacentistas dos Vilares (S.XVI) aprobada pola Comisión Cuarta do Parlamento Galego en xaneiro deste ano, cuxo acordo foi incumprido tanto no referido á posta en acordo das administracións coa igrexa e tamén na dotación económica para acometer estas pinturas murais de grande valor patrimonial en sério risco de desaparición.
Xunto coa queixa, adxuntamos documentación informativa como o proxecto orixinal da restauración e o estudo do profesor Monterroso Montero realizado con motivo da aparición dos frescos en 1992, sendo párroco dos Vilares o actual deán da Catedral de Compostela, Segundo López.
Despois de vários anos de reunións, documentos, visitas e iniciativas parlamentares sen froito, a Lareira de soños prepara unha campaña para despois do verán que inclúe accións informativas, crowdfunding, xornadas e documental entre outras propostas tendentes a salvar esta xoia, obra atribuída ao afamado Mestre de Parga que cada ano padece unha degradación que precisa dunha actuación urxente.
Asimesmo, solicitamos unha entrevista persoal na oficina do Valedor para informar de primeira man sobre a situación desta importante obra de arte relixioso nunha igrexa con orixes no século XII, e con unha histórica Romería dos Desamparados con milleiros de asistentes.
Ademáis das pinturas, a Igrexa de San Vicenzo dos Vilares conta con tres importantes retábulos neoclásicos e un barroco, un sartego, un cruceiro, dúas pías bautismais e un espectacular calvário.
Os Vilares, lareira de soños
dosvilares@gmail.com
+34 662 183 149
www.facebook.com/osvilares
سميح القاسم
Samih Al-Qassim nasceu em Zarqá, Transjordânia (actual Jordânia) em 11 de maio de 1939 onde o pai, capitão dos guardas de fronteira, estava de guarnição. Provém duma família de intelectuais e imãs drusos originários de Ramah. Cursos estudos secundários em Nazaré e mais tarde de filosofia e economia política em Moscovo, interrompidos para se consagrar à poesia. A sua actividade militante desenvolve-se, principalmente em jornais e revistas em língua árabe, al-Ittihad, al-Ghad e al-Jadid e dirige a editora Arabisque, redator-chefe do jornal Kull al-Arab (Todos os árabes) e presidente da União dos Escritores Árabes.
Pelas suas actividades foi várias vezes encarcerado, expulso do seu trabalho e posto em arresto domiciliário. É director da Fundação Popular das Artes em Haifa.
Entre a sua produção são de salientar Dammi ala kaffi (O meu sangue na palma da mão, 1967) e Rihlat a-saradib al-muhichat (Carta de viagem para o fundo das covas desertas, 1969).
Poderia eu ter contado
a história do rouxinol assassinado.
Poderia ter contado…
se não me tivessem cortado os lábios.
Atai-me as mãos
vedai-me os livros,
os cigarros,
amordaçai-me os lábios com areia.
A poesia é sangue,
água dos olhos,
imprime-se com as unhas,
as órbitas,
os cuitelos*.
Hei-a declamar
nos cárceres,
no banho,
no curral,
sob o látego
e a violência dos grilhões.
Um milhão de páxaros*
dentro das minhas entranhas
ideiam o hino de combate.
