Esqueleto
Que habemos de ser nós
Despois do naufraxio
Memoria de nao inerte
Lázaro resucitado
Esqueleto inerme
Na mímese do retrato
Que habemos de ser nós
Despois do naufraxio
Memoria de nao inerte
Lázaro resucitado
Esqueleto inerme
Na mímese do retrato
A Real Academia Galega celebra os días 27 e 28 de novembro de 2018 o Simposio María Victoria Moreno. As xornadas dedicadas á protagonista do Día das Letras Galegas 2018 desenvolveranse en horario de tarde no salón de actos da institución (rúa Tabernas, 11 – A Coruña).
Entrada libre e gratuíta.
PROGRAMA COMPLETO
*Información recollida da RAG
O poema que coloco hoje para a vossa consideração é um dos poemas mais recitados dentre toda a imensa, e riquíssima aliás, literatura russa. Escrito por Pushhin se inspirando numa mulher da nobreza czarista do seu tempo, Anna Petrovna Kern – uma das muitas com as que o grande poeta galanteou ao longo da sua curta, embora muito activa, vida-.
Sobre este poema o compositor Mihaíl Ivánovich Glinka (1804 – 1857) compôs uma elegante obra que convido escuiteis na voz do barítono russo falecido ainda não há muito tempo, Dmitri Khovorostovski (Дмитрий Хворостовский) [O link vai embaixo do texto original em russo].
A***
Lembro o mágico momento:
apareceste perante mim,
como uma efémera visão,
como um génio de sublime beleza.
Nos momentos de desesperada tristeza
nas soçobras da barulhenta vaidade,
ecoava a ternura da tua voz,
e o sonho os teus queridos feitios fazia-me ver.
Os anos se passaram. O arrebato das trovoadas
dispersou os meus antigos sonhos,
e esqueci a ternura da tua voz,
as tuas formas encantadoras.
Na soidade e negrura do isolamento
os meus dias se arrastavam em silêncio,
já sem inspiração nem fé,
sem lágrimas, sem vida, sem amor.
A minha alma acordou de novo:
e outra vez apareceste tu,
como fugaz visão,
igual a um génio de sublime beleza.
E palpita ébrio o coração,
e volta surgir de novo para ele
a inspiração e a fé,
a vida, as lágrimas e o amor.
(1825)
Я помню чудное мгновенье:
Передо мной явилась ты,
Как мимолетное виденье,
Как гений чистой красоты.
В томленьях грусти безнадежной,
В тревогах шумной суеты,
Звучал мне долго голос нежный
И снились милые черты.
Шли годы. Бурь порыв мятежный
Рассеял прежние мечты,
И я забыл твой голос нежный
Твои небесные черты.
В глуши, во мраке заточенья
Тянулись тихо дни мои
Без божества, без вдохновенья,
Без слез, без жизни, без любви.
Душе настало пробужденье:
И вот опять явилась ты,
Как мимолетное виденье,
Как гений чистой красоты.
И сердце бьется в упоенье,
И для него воскресли вновь
И божество, и вдохновенье,
И жизнь, и слезы, и любовь.
RETRATO DO POETA realizado em 1827 polo pintor romântico Vasily Andreevich Tropinin. (Korpovo , província de Novgorod, 19 [30] de março de 1776 – Moscovo, 3 [15] de maio de 1857).