Fallo do V Certame de poesía en lingua galega “Manuel María”

Fallo do V Certame de poesía en lingua galega “Manuel María”

En San Sebastián, a 3 de xuño de 2017, na sede social da Casa Galicia en Gipuzkoa, reunidos os membros do xurado: Don Xosé Estévez, Dona Rosalía Ferreiro e Dona Ana Bastos e, actuando como secretario sen voz nen voto, Don Manuel Gómez; acordan que os premiados do V Certame de poesía en lingua galega “Manuel María” sexan:
1º premio: Rocío Leira Castro (CEE – A Coruña)
Poema número 55 – Obra: O TEU EXTERMINIO SOBRE MIN
2º premio: Martiño Maseda Lozano (Vilalba – Lugo)
Poema número 72 – Obra: TI, (DES)AMOR
3º premio: Lucía Amaro Losada (Monforte de Lemos – Lugo)
Poema número 65 – Obra: EGÓLATRA

 

O xurado quere facer constar o importante nivel de calidade acadado por tódolos participantes.

RECANTOS DA MEMÓRIA

RECANTOS DA MEMÓRIA

Nos campos da soidade minha ferida

errante e sem consolo vai calada,

perseguindo a sombra duma pegada

que nutra e reconforte a minha vida.

 

A chama nas lembranças estendida

mantém ainda a esperança ousada

e amar resignado é a aguilhada

que punçoa a minha alma desprendida.

 

A luz da existência está extinta,

só aguardo que a tristeza vizinha

que rói, nutra a dor e não desminta

 

o tempo que se foi e ainda acarinha

a angústia de voltar. Não me minta

o recordo que junto a mim caminha…

 

 

[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]

http://www.ecoticias.com/userfiles/2016/Mar_28/RANAS14_33_original.jpg

Soño

O sono encheu os meus ollos

e durmínme, nas pólas da primavera temperán

abalada polos versos dun poema,

e durmín

saboreando a felicidade nos meus beizos,

envolta na maxia da poesía,

nese bico pendurado dunha ilusión…

e durmínme,

 e os meus ollos pechados seguen a soñar

cunha lembranza, cunha bágoa,

cunha morea de versos,

coma un manto de brétema

que coida o sono,

e se espalla polo chan da lembranza…

MEDITAÇÃO

MEDITAÇÃO

Quem lhe há dar ao coração um só minuto

antes da mágoa soltar sem arte?

Quem certeza lhe há doar, que descarte

o tão severo passado absoluto?

 

Quem submeterá sem clamor nem luto

o seu fluir que de nengures parte?

Quem lhe referirá calado aparte

no teatro do mundo irresoluto?

 

Quem lhe restituirá sua ferida

já lindada no marco da paisagem?

Quem ousará sulcar a triste vida?

 

Bate a tua bágoa de estiagem

a sós, com quietude recolhida

da profunda azedume sem sondagem.

 

 

[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]

http://static4.elblogverde.com/wp-content/uploads/2015/10/hoy-es-el-primer-dia-del-invierno-solsticio-de-invierno-importancia-en-la-antiguedad-600×337.jpg

DESTERRADO DESTINO

DESTERRADO DESTINO

Aqui, onde a triste sina me desterra,

contigo estou, amor, ainda sem ver-te.

Importa só, meu bem, o de querer-te,

que tudo o mais nada importa se se erra.

 

Sei que hei findar, e há me sobrar a terra

se na memória falha de perder-te,

eu bem seguro estou que haverei ter-te

guardada dentro da alma que te cerra..

 

Se possuo no cerne pensamento,

verá que a lembrança será adida

o que aos meus olhos já lhe estorva a sorte.

 

E assim que deste longo afastamento

só o teu recordo me guarde a vida,

porque não te lembrar já é eterna morte

 

 

https://static.tumblr.com/99712c177139c7d8352e38267b385d79/rscswfm/OsYoplstt/tumblr_static_tumblr_static_33qf976t1sg0cc88w4sowsogs_640.jpg