CONTORNA DA MEMÓRIA

CONTORNA DA MEMÓRIA

Quando se esvaiu o amor enternecido,

caída borda da tua ausência?

quando o entrelaçado da carência

ao aberto coração se deu vencido?

 

Senti às vezes tua fala ao meu ouvido,

qual desviado eco da existência,

tornar tua imagem à vivência

polas beiras onde jaz calmo o olvido.

 

Chegavas tu sobre o além em ar de onda

num tímido vento acariciado,

com um ardor de luz franca e redonda.

 

E meus olhos deram aconchegado

a fera dor onde para sempre esconda

deste meu ser o mal, triste aleijado.

 

 

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