(Bolonha,
entre 1230 e 1240 – Monselice, 1276) foi um poeta italiano. Filho de juiz
proveniente duma família nobre, os Principi, seguiu o conselho de seu pai e, depois
de concluir os seus estudos de direito na Universidade de Bolonha, dedicou-se à
profissão jurídica na cidade de Castelfranco Emilia, enquanto participava da vida
política da cidade dividida entre Guelfos (defensores das liberdades comunais e
apoiados polo Papa), liderados polos Lambertazzi e os Gibelinos (seguidores do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico)
que estavam sob o comando dos Geremei.
Tornou-se um alto funcionário, mas em 1274, quando a vitória dos Guelfos
aconteceu, sendo gibelino deve ir para o exílio com sua mulher, Bice della Fratta
e o filho, Guiduccio Guinizzelli, em
Monselice, perto de Pádua (região do Vêneto), onde ele viria morrer. Guido Cavalcanti considerou-o o seu mestre poético
e Dante chamou-o “o pai dos poetas italianos”:
…quand ‘io
odo nomar sé stesso il padre
mio e de altri
miei miglior che mai
rime d’amor usando dolci e
leggiadre…
(Purgatorio, XXVI 97-98).
(…Quando o
nome essas vozes declararam
Do pai meu e
do pai doutros melhores
Que em doce
metro amores decantaram…)
Nota.- Tomo a
tradução feita em 1888 polo escritor e tradutor brasileiro José Pedro Xabier
Pinheiro (12 de outubro de 1822, Salvador, Estado
de Bahía – 20 de outubro de 1882,Rio de Janiero, Estado de Rio de Janiero)
Pai do “Dolce Stil Nuovo” (fórmula
consagrada por Dante no canto XXIV do Purgatório da Divina Comédia), apenas
restam do seu original Cancioneiro cinco canções e quinze sonetos.
Este poeta, considerado hoje como
arcaico, está mais próximo pola sua temática e métrica dos poetas sicilianos da
época do que dos toscanos.
O aspecto inovador da sua arte
origina-se na temática avançada aos poetas toscanos da época. De facto, existe
para o poeta, por um lado, uma relação direta entre a nobreza do coração e o
amor, e não mais polo nascimento. Por outro lado, a onipotência da irradiação
mística da Senhora é apresentada como um reflexo da glória de Deus. Finalmente,
podemos falar de uma ruptura formal com a melodia da linguagem, uma sintaxe
cristalina sem preciosidade prosódica. A poesia de Guinizzelli, devido ao uso
de uma terminologia escolástica, é muito elaborada e nem sempre acessível na
primeira leitura. No entanto, permanece um poder revigorante excitado pola sua
seiva de imagens, um verdadeiro espelho dos sentimentos humanos.
Clair de Lune, poema de Paul Verlaine (Metz, no nordeste da França, 30 de março de 1844 – Paris, 8 de janeiro de 1896), da sua coleção Fêtes galantes (1869), foi musicado por Gabriel Fauré em 1887 (Clair de Lune, Op.46 nº 2) e por Claude Debussy duas vezes, em 1882 e novamente em 1892.
O texto original em francês foi tirado da edição Œuvres complètes – Tome I, Vanier, 1902, página 83.
Votre âme est un paysage choisi
Que vont charmant masques et bergamasques
Jouant du luth et dansant et quasi
Tristes sous leurs déguisements fantasques.
Tout en chantant sur le mode mineur
L’amour vainqueur et la vie opportune
Ils n’ont pas l’air de croire à leur bonheur
Et leur chanson se mêle au clair de lune,
Au calme clair de lune triste et beau,
Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres
Et sangloter d’extase les jets d’eau,
Les grands jets d’eau sveltes parmi les marbres.
entre as úmidas névoas dos seus dous olhos quedos;
Percorrer a modo as suas curvas multiformes,
subir à vertente dos seus joelhos enormes,
e às vezes, no verão, de malefícios cheios,
Obrigam-lhe a deitar-se, sobre uma campa estranha
dormir languidamente à sombra dos seus seios,
dormir como uma aldeia ao pé duma montanha
XIX
LA GÉANTE
Segundo a edição. Poulet-Malassis et de Broise, 1857 (pp. 50-51).
Du temps que la Nature en sa verve puissante Concevait chaque jour des enfants monstrueux, J’eusse aimé vivre auprès d’une jeune géante, Comme aux pieds d’une reine un chat voluptueux.
J’eusse aimé voir son corps fleurir avec son âme Et grandir librement dans ses terribles jeux, Deviner si son cœur couve une sombre flamme Aux humides brouillards qui nagent dans ses yeux,
Parcourir à loisir ses magnifiques formes, Ramper sur le versant de ses genoux énormes, Et parfois en été, quand les soleils malsains,
Lasse, la font s’étendre à travers la campagne, Dormir nonchalamment à l’ombre de ses seins, Comme un hameau paisible au pied d’une montagne.
Segundo a edição: Poulet-Malassis et de Broise, 1861 (pp. 36-37).
Homme libre, toujours tu chériras la mer ! La mer est ton miroir ; tu contemples ton âme Dans le déroulement infini de sa lame, Et ton esprit n’est pas un gouffre moins amer.
Tu te plais à plonger au sein de ton image ; Tu l’embrasses des yeux et des bras, et ton cœur Se distrait quelquefois de sa propre rumeur Au bruit de cette plainte indomptable et sauvage.
Vous êtes tous les deux ténébreux et discrets : Homme, nul n’a sondé le fond de tes abîmes ; Ô mer, nul ne connaît tes richesses intimes, Tant vous êtes jaloux de garder vos secrets !
Et cependant voilà des siècles innombrables Que vous vous combattez sans pitié ni remord, Tellement vous aimez le carnage et la mort, Ô lutteurs éternels, ô frères implacables !