![III](http://culturaliagz.com/wp-content/uploads/2017/05/III.jpg)
III
Quanto te quis eu dizer
gostaria estar dizendo
mas, a minha alma calada
só repete como um eco
o que já não direi nunca
taciturno no silêncio.
Quanto te quis eu dizer
é silencioso berro
que carpe desconsolado
no meu coração opresso.
Quanto te quis eu dizer
gostaria estar dizendo
mas, a minha alma calada
só repete como um eco
o que já não direi nunca
taciturno no silêncio.
Quanto te quis eu dizer
é silencioso berro
que carpe desconsolado
no meu coração opresso.
Eu bem sei o que é querer-te
e não ter-te
mesmo assim como eu te quero.
Como quer a vida a morte,
como o tempo quer o tempo.
Como este amar que vai no alto
se afundindo nos infernos.
[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]
http://www.artsycraftsy.com/dore/inferno5.jpg
Debuxo de Paul Gustave Doré para a Divina Comédia
A Homenaxe “A/O Escritor/a na súa Terra“,
que cada ano impulsa a AELG, chega neste 2017
á súa XXIII edición, recaendo por decisión da Asemblea
de Socias e Socios na figura de María Pilar García Negro.
Terá lugar o sábado 10 de xuño en Lugo. A partir das 11:30
desenvolverase o programa de actos que se achega en arquivo anexo.
*Información facilitada pola AELG.
Caído sobre a sombra do passado
como uma imensa lousa de vazio
se comprime no coração e lesa a alma
o pretérito tempo preterido.
Aguardo a sombra, e tanto aguardo tanto
de mim tão assíduo desasido,
que, assim, de tal modo, fico assomado
na escura vereda onde jaz o olvido.
[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]
https://dcvitti.files.wordpress.com/2012/08/numa-rua-deserta.jpg
Atrapalhado na alma e no sentido
sonhei que te sonhava e tão ditoso,
tão quimérico foi, tão ardiloso,
que me achei toda a noite entretecido.
Olhei-te, pura luz, tão acendido
no doce e limpo olhar, tão fervoroso,
que procurei não despertar, medroso
de te perder se não ficar dormido.
Mas foi, por um momento, bem miúdo
o engano de sonhar que te sonhava
e fora ainda mais triste despertar,
que logo olhei meu coração desnudo
vendo que, sem ventura, não te achava
e fora uma ânsia do meu penar.
[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]