O lume que em toros desta lareira

lhe serve de quentura e de muralha,

no alegre coração que intenso malha

guardando vai ciumento a mealheira.

 

Desta mesma esperança da roseira

que sólida, a minha vida agasalha,

nem tempo lhe dará para a enxovalha

e há ter eternamente a mesma esteira.

 

Astro será de luz, no esqueço escasso

e na mesma ansiedade que guia

há de ser para sempre ardente e crasso

 

uma pedra da cerne cantaria,

furna desta quentura em que devasso

tua acabada e morna companhia.

 

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