Bigorna da lembrança pensativa,

gravarei em ti a marca da saudade,

vestígios da negra tempestade

na chancela da mágoa cautiva.

 

Os remorsos serão a linha viva

das gravuras que vêm desde outra idade.

Duro será o traço à fidelidade

desta escura minha dor incisiva.

 

Incude, em ti pancadas baterão

nos recordos remotos que acarreto,

no áspero e quente lume que me dão.

 

E sendo preso ao pesar que submeto,

nos versos, sem receio, cantarão

os catorze martelos do soneto.

(Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”)

 

*Imagem apanhada no google da página Culturamix.com