DAS MINHAS TRADUÇÕES
TRADUÇÃO DO TERCEIRO SONETO DE “CRISTO NO MONTE DAS OLIVEIRAS” DE GÉRARD DE NERVAL
III
«Ó! Imóvel Destino, sentinela silente,
Fria Necessidade!… Fadário que te integras
Sob a neve eterna das esferas negras,
E o desmaiado cosmos enfrias lentamente,
»Sabes bem o que fazes, potência original,
De teus fantasmais sois, que entre si se desfazem…
Estás certo em transmitires o teu alento imortal,
Entre um mundo que morre e os outros que renascem?…
»Ó pai meu! És tu que sento dentro da minha carne?
Tens poder de vida acaso e de ressuscitar-me?
Ou talvez sucumbiste sob a força postrema
»Daquele anjo escuro que marcou o anátema?…
Pois me sento sozinho a chorar e a sofrer,
E se eu morro, ai de mim! É tudo vai morrer!
[Tradução segundo a edição de Les Chimères de Michel Lévy frères, 1856]
III
“Immobile Destin, muette sentinelle,
Froide Nécessité !… Hasard qui, t’avançant
Parmi les mondes morts sous la neige éternelle,
Refroidis, par degrés, l’univers pâlissant,
“Sais-tu ce que tu fais, puissance originelle,
De tes soleils éteints, l’un l’autre se froissant…
Es-tu sûr de transmettre une haleine immortelle,
Entre un monde qui meurt et l’autre renaissant ?…
“O mon père ! est-ce toi que je sens en moi-même ?
As-tu pouvoir de vivre et de vaincre la mort ?
Aurais-tu succombé sous un dernier effort
“De cet ange des nuits que frappa l’anathème ?…
Car je me sens tout seul à pleurer et souffrir,
Hélas ! et, si je meurs, c’est que tout va mourir
Rua da Velha Lanterna (Rue de la Vieille -Lanterne) onde se enforcou o poeta, segundo Edmond de Goncourt, 14 de dezembro de 1894, no Jornal de Edmond & Jules de Goncourt
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