(Dialogamos de amor na estrada para Momám)
– Amada minha, carne nacarada
onde o orvalho se sente namorado.
– Deixa-me acalmar no teu peito, amado,
que agora sinto em mim a alma lavrada.
– Dá-me bicos, amor, com tua mirada
que já me pesa o coração ousado.
– Te darei um bico eterno traspassado
e quando morra, a morte namorada.
– Para ainda além do gozo deste instante,
será prazer tua só companhia
e no pulso da noite um canto amante.
– Eu quero amar-te, amor, pola alegria
onde a nossa unidade se agigante
enquanto o rocio amanhece em dia.
[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]