ANTOLOGIA POESIA PALESTINA MODERNA (XXIV)
Makhmud Darwish
محمود درويش
A oliveira foi uma vez um bosque verde.
Foi, amado, e o céu
um bosque azul.
Que os fizera mudar esta tarde?
Detiveram a camioneta dos obreiros no meio do caminho.
(Tranquilamente)
Nalgum tempo, o meu coraçấo fora um passarinho azul.
Ó ninho do meu amado!
Comigo, brancos de todo os teus panos
foram, meu queridinho…
Que pudo lixá-los esta tarde?
Porque eu nada entendo.
Retiveram o camiấo dos operários no meio do caminho.
(Tranquilamente)
E pusseram-nos mirando para o Oriente.
(Tranquilamente)
Todas as minhas cousas tens:
a claridade, a sombra,
o anel de casamento, o que desejar,
o valado de oliveiras e figueiras.
Pola* janela, penetrando no teu sonho,
hei achegar-me a ti como todas as noites
e hei te arremessar um cravo.
Mas, nấo me repreendas se demoro um bocado,
pois me detiveram…
O olival estava sempre verde
(Estava, meu amado)
Mas, cinqüenta vítimas
tornaram-no vermelha poça
à tardinha.
Cinqüenta, meu amado…
Mas, nấo me repreendas:
Assassinara-me…
Assassinara-me…
Assassinara-me…