Do poeta francês Guillaume Apollinaire (nome de pia, Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Waż-Kostrowicki, Roma, 26 de agosto de 1880 — Paris, 9 de novembro de 1818)
nascido em Roma de mãe polaca e pai italiano, viveu primeiro em Mônaco, e depois em Nice. Com 18 anos foi para Paris onde encontrou a oportunidade de acompanhar a família na Alemanha na qualidade tutor.
Apaixonou-se por “miss”, uma jovem estudante Inglesa chamada Annie Playden. A sua ruptura com o seu amor juvenil empurra-o a escrever a “Canção do mal-amado” (La Chanson du mal-aimé).
De volta a Paris trabalhou em várias revistas, fazendo amizades com Alfred Jarry, Max Jacob e Picasso.
Em 1907, o poeta consegue viver da sua pluma graças à sua intensa atividade jornalística. Naquela época fez amizade com Marie Laurencin.
Em 1909 publicou “L’enchanteur pourissant”.(O encantadorr podre).
1912 é o ano da sua ruptura com Marie Laurencin, mas sobretudo o da publicação de “Zone” em “les soirées de Paris”.
A partir de 1913, mudou-se para um apartamento no número 202 do Boulevard St Germain. Aproximando-se mais e mais da vanguarda literária e artística defendendo ardentemente a pintura cubista.
Foi neste momento que ele publicou o seu livro “Álcools” donde tiro o poema que traduzo.
Apollinaire, que foi quem criou a palavra surealismo, morreu jovem com apenas 38 anos de idade em 9 de novembro de 1918, vítimado pola gripe espanhola (ainda que o Estado francês declarou-no como “mort pour la France” polo seu engajamento na 1ª Grande Guerra Mundial).
O poeta foi enterrado no campo-santo de Père-Lachaise em Paris, tendo a sua tumba uma escultura em forma de menir elaborada por Picasso.
A PONTE MIRABEAU
Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
E os nossos amores
É essencial a lembrança pequena
A alegria chegava sempre após a pena.
Chega a noite a hora soa
Os dias vão-se e vivo à toa.
De mãos dadas ficamos face a face
Enquanto sob
A ponte dos braços passe
De eternas miradas a lassa onda que a enlace.
Chega a noite a hora soa
Os dias vão-se e vivo à toa.
Vai-se o amor como esta água corre atenta
Vai-se o amor
ai como a vida é tão lenta
e como a esperança é violenta.
Chega a noite a hora soa
Os dias vão-se vivo à toa.
Dias semanas passam à dezena
Nem tempo passado
Nem nosso amor nossa pena
Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
LE PONT MIRABEAU
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu’il m’en souvienne
La joie venait toujours après la peine.
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l’onde si lasse
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
L’amour s’en va comme cette eau courante
L’amour s’en va
Comme la vie est lente
Et comme l’Espérance est violente
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Guillaume Apollinaire, Alcools, 1913.
Fonte da imagem .- Wikipédia. Plaque apposée sur la paroi du pont Mirabeau donnant sur le quai Louis-Blériot, Paris 16e. Premiers vers du poème de Guillaume Apollinaire Le Pont Mirabeau paru dans Alcools en 1913: