RECANTOS DA MEMÓRIA
Nos campos da soidade minha ferida
errante e sem consolo vai calada,
perseguindo a sombra duma pegada
que nutra e reconforte a minha vida.
A chama nas lembranças estendida
mantém ainda a esperança ousada
e amar resignado é a aguilhada
que punçoa a minha alma desprendida.
A luz da existência está extinta,
só aguardo que a tristeza vizinha
que rói, nutra a dor e não desminta
o tempo que se foi e ainda acarinha
a angústia de voltar. Não me minta
o recordo que junto a mim caminha…
[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]
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