O ALBATROZ de Charles Baudelaire (versión galega de André Da Ponte)
Das minhas traduções
Do genial poeta francês Charles-Pierre Baudelaire (Paris, 9 de abril de 1821 – Paris, 31 de agosto de 1867),
Baudelaire é um dos fundadores da tradição da moderna poesia, junto com o norte-americano Walt Whitman.
Aqui traduzo um poema da sua obra-prima: As flores do mal (Les Fleurs du mal) segundo a edição de Michel Lévy frères, 1868 (Œuvres complètes, vol. I, p. 89), da minha biblioteca..
O albatroz
Por divertir-se, às vezes, os homens da marinhagem
Caçam os albatroz, o grande pássaro voraz,
Que segue, indolente, aos companheiros de viagem,
O navio que boia pegos de sal audaz.
Quase que colocado nas tábuas, estendido
este imperador do céu, tímido e envergonhado
Bate as asas brancas com queixume constrangido,
como remos rojados desabando pra o lado!
Que acanhado e débil se acha o viageiro alado!
Há pouco tão elegante e agora a afear.
Excita-lhe um o bico com cachimbo afumado
outro, coxeando, anula quanto lhe faz voar
O Poeta é semelhante à princesa ave marinha
Que desdenha do arqueiro, e se encara aos vendavais;
Espatriado está no solo, entre a gente escarninha,
Não lhe deixam caminhar as asas colossais!
L’ALBATROS
Souvent, pour s’amuser, les hommes d’équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.
A peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l’azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d’eux.
Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule !
Lui, naguère si beau, qu’il est comique et laid !
L’un agace son bec avec un brûle-gueule,
L’autre mime, en boitant, l’infirme qui volait !
Le Poëte est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l’archer ;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l’empêchent de marcher.
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