PRIMEIRO AMOR

PRIMEIRO AMOR

Além fonte dos choupos do sendeiro

ia a tarde descendo demorada

e o suave cheiro na encruzilhada

batia ainda no céu soalheiro.

De mãos dadas, o rumo era um certeiro

rebolar da alegre alma ensimesmada

no alabastro sem ondas, e a dourada

meiguice terna me fez sobranceiro.

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Amor de salvação no remoinho

em que banho as lembranças dolorosas

de uma tarde de esperança e elegia.

Ainda o tempo ter cruel caminho,

sinto hoje em mim o perfume das rosas

daquele instante em que ao nascer morria.

(Do livro inédito Sonata dum quebrado violino)

Pintura: Campo de Coles, Pontoise.  Camille Pissarro, 1873