CORRESPONDÊNCIAS de Charles Baudelaires (versión galega de André Da Ponte)
Das minhas traduções
CORRESPONDÊNCIAS
A natureza é um templo onde vivos pilares
podem deixar brotar às vezes palavras confusas;
onde o homem passa por sinais de florestas difusas
que o vão observando com miradas familiares
Como os ecos de longe vão se fundindo os rumores
na mais envolta em trevas e na mais funda unidade.
tão dilatada como a noite e como a claridade
se correpondem os toques, os aromas e as cores
Há perfumes com frescor como corpos virginais,
brandos como oboés, verdes como campas sem fim;
e há outros corrompidos, viçosos e triunfais,
Que têm um algo da expansão das cousas infinitas,
como o ámbar, qual almiscar, como o incenso e o benjoim
que vão cantando os arrebates das almas contritas
IV
CORRESPONDANCES
Segundo a edição: Poulet-Malassis et de Broise, 1861 (pp. 15-16).
La Nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles ;
L’homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l’observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et profonde unité,
Vaste comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
Il est des parfums frais comme des chairs d’enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
— Et d’autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l’expansion des choses infinies,
Comme l’ambre, le musc, le benjoin et l’encens,
Qui chantent les transports de l’esprit et des sens.
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