A Junta de Freguesia de Silvalde, dentro do seu Programa Comemorativo da Liberdade em Portugal 1974 – 2019, vai inaugurar unha Exposición de Pintura luso-galaica A ARTE EM LIBERDADE. Dita exposición contará con dúas artistas que representarán a cada un destes dous pobos irmáns: Ester de Sousa e Sá, polo lado de Portugal, e Adolfina Mesa, en representación da Galiza.
Colabora a Câmara Municipal de Espinho.
A devandita exposción vai ser inaugurada no dia 25 de Abril a partir das 15:00 horas co seguinte programa (enlace ao convite):
I EXPOSIÇÃO DE PINTURA LUSO – GALAICA EM SILVALDE
Pintoras: Ester de Sousa e Sá e Adolfina Mesa
15h 00: Recepção e porto de honra com momento musical na sala da Assembleia de Junta de Freguesia de Silvade
16h00: Inauguração da exposição com a presença das pintoras no salão da Junta de Freguesia de Silvalde
Vai permanecer aberta ao público no Salão da Junta de Freguesia de 25 de Abril a 9 de Maio
O vindeiro mércores 10 de abril ás 18:00 horas terá lugar no Espazo Xove de Chantada (Lugo) a inauguración da Exposición fotográfica MULHERES, de Mercedes Vázquez Saavedra. Acompañará á mencionada autora durante o acto de presentación de dita exposición, a poeta-labrega Ana Vila.
A narradora e actriz, Soledad Felloza, estará este sábado no auditorio da Casa-Museo Manuel María para contar ás nenas e nenos (entre 5 e 10 anos) que se acheguen, e as súas familias, “Bailar nas nubes”.
O espectáculo trata dunha nena que soña con bailar coas nubes mais a súa casa está pegadiña á terra e moi lonxe do ceo. Só a axuda de novos veciños fará que o soño sexa unha realidade.
As entradas poden reservarse anticipadamente (prezo do billete: 2 euros) a través do correo electrónico contacto@casamuseomanuelmaria.gal
*Información facilitada pola Casa-Museo Manuel María
Étienne Mallarmé, conhecido como Stéphane
Mallarmé, nasceu em Paris em 18 de março de 1842. O poeta perdeu a mãe quanto
apenas tinha cinco anos com o que foi criado pola sua avó.
Admirador
de Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Théodore de Banville, Stéphane
Mallarmé publicou os seus primeiros versos em 1862. Professor de inglês por
necessidade vital, foi nomeado professor desta língua em setembro de 1863 no
colégio Tournon-sur-Rhône em Ardèche («que inclui as duas palavras às quais
dediquei a minha vida: Art, Dèche») e permaneceu em Besançon e Avignon, antes
de voltar a Paris em 1871. Foi então quando se juntou a autores como Paul
Verlaine, Émile Zola, Catulle Mendès, ou Auguste de Villiers de L’Isle-Adam e
artistas como Edouard Manet, que pintou o seu retrato em 1876.
Encontrou-se
com dificuldades no seu trabalho como professor (era escarnecido polos seus
alunos), mas levou uma vida familiar pacífica, pontuada por dificuldades
financeiras e um fundo pesar, especialmente pola morte de seu filho Anatole em
1879 aos oito anos de idade. Escreveu poemas extremamente elaborados e recebeu
os seus amigos poetas e romancistas durante as terças-feiras na rua de Roma ou
na sua casa de campo, em Valvins, perto de Fontainebleau, onde morreu em 9 de
setembro de 1898 aos 56 anos de idade.
Atraído pola estética da arte pola arte, colaborou no Parnasso Contemporâneo desde 1866. Com efeito, o primeiro fascículo do Parnasse Contemporaine contém dez dos seus poemas. [Quem ter curiosidade pode ler esta fulcral edição francesa nesta ligação:https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k199820]. A sua obra tornou-se um esforço colossal na busca por superar o seu sentimento de impotência ligado a um estado depressivo, na diligência da pura beleza que ao seu entender é só criação da arte: «o mundo é feito para fornecer um belo livro». Tentou levar a cabo uma obra ambiciosa que retrabalhará por muito tempo como mostra o seu magno poema inacabado Herodiades (1864-1887) ou A Tarde dum Fauno (1865-1876), da qual Claude Debussy irá compor uma das suas mais famosas obras sinfônicas em 1892-1894). Deste poema Paul Valéry tem escrito que é o mais grande poema já escrito por autor francês. Admirador de Edgar Allan Poe, traduziu O Corvo (1845), que foi publicado em 1875 com ilustrações de Edward Manet, e escreveu o célebre soneto ao Túmulo de Poe em 1876 que, traduzido por mim, pode ser lido em CulturaliaGZ aquí: http://culturaliagz.com/?s=Mallarm%C3%A9 .
Em
1887, publicou uma edição dos seus poemas que mostram a sua pesquisa estilística,
como o «Soneto en X» (em duas versões e que tentarei traduzir para colocar cá),
ou o soneto em octosílabos «A renda é abolida». O ponto culminante dessa
ambição do poema absoluto aparece no poema gráfico de 1897 «Um golpe de dados
nunca abolirá o acaso». Essa busca por uma expressão densa em direção à pureza
valeu-lhe, entretanto, desde o começo, o oprobrioso termo de hermético,
intrincado, escuro, que permanece ligado à arte mallarmeana.
A fama de Stéphane Mallarmé consolida-se ainda mais em 1884, quando Paul Verlaine inscreve-o na série de poetas malditos num longo escrito sobre Mallarmé (“Les Poètes maudits” teve uma segunda edição aumentada nesse mesmo ano e ainda uma terceira acrescentada e ilustrada em 1888) [pode se aceder ao texto nesta ligação: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k72580r], onde é descrito como o portador da modernidade e próximo das vanguardas na arte e na literatura. Foi reconhecido como mestre polas gerações poéticas mais jovens, de Henri de Regnier até os simbolistas e Paul Valéry. Assim, empenhado num ambicioso trabalho poético (talvez por isso a sua obra mestra, Hérodiade, ficou sem poder ser acabada), Stéphane Mallarmé é iniciador na segunda metade do século XIX duma renovação da poesia que é culminação à vez que superação do simbolismo, cuja influência ainda se ressente nos poetas contemporâneos como Yves Bonnefoy (Tours, 24 de junho de 1923 ─ Paris, 1 de julho de 2016).
Em
8 de setembro de 1898, Mallarmé sofreu um espasmo da laringe que não conseguiu
curar. Na mesma noite, mandou numa carta para sua esposa e filha para serem
destruidos os seus papéis e notas, declarando: «Não existe legado literário aí
…», no mesmo proceder que teve o grande romancista Franz Kafka ou, entre nós,
Rosalia de Castro. Na manhã seguinte, vítima da enfermidade, morreu nos braços do seu médico, na presença
de sua esposa e filha. Está enterrado ao lado de seu filho Anatole no cemitério
de Samoreau, perto de Valvins.
O
texto do poema em francês foi tirado da edição “Poésies”, Bookking International, Paris, página 31.
La chair est triste, hélas ! et j’ai lu tous les livres.
Fuir ! là-bas fuir! Je sens que des oiseaux sont ivres
D’être parmi l’écume inconnue et les cieux !
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retiendra ce coeur qui dans la mer se trempe
Ô nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l’ancre pour une exotique nature !
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l’adieu suprême des mouchoirs !
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages,
Sont-ils de ceux qu’un vent penche sur les naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots …
Mais, ô mon coeur, entends le chant des matelots !