UM GRANDE POETA ITALIANO, TORQUATO TASSO, PARA ALÉM DA JERUSALÉM LIBERADA.
Tasso
nasceu em 11 de março de1544 em Sorrento dentro duma família aristocrática. Sua
mãe Portia dei Rossi era napolitana de origem. Tasso nasceu quando seu pai,
Bernardo Tasso, estava ausente agindo como secretário e poeta cortesano de
Ferrante Sanseverino, príncipe de Salerno. O pai voltou a Sorrento em janeiro
de 1545; no verão do mesmo ano, o futuro grande poeta foi levado para Salerno,
onde passou a sua primeira infância. A partir de 1550 morou com a sua família
em Nápoles. Tasso estudou no Colégio do mosteiro beneditino de Cava de Tirreni
(onde está a tumba de Urbano II, o Papa que proclamara a Primeira Cruzada)
desempenhando brilhantemente os estudos de latim, grego e retórica. Em 1554,
Bernardo Tasso recebeu a permissão para poder morar em Roma e Torquato Tasso viajou só com seu pai. Na
cidade pontifícia foi Bernardo quem educou seu filho em particular, e ambos
sofreram um grave trauma quando em fevereiro de 1556 souberam da morte de
Porzia, provavelmente envenenada polos irmãos por razões de interesse (muito
versomilmente para não pagar a dote). Logo após a infeliz perda da esposa e
mãe, Bernardo Tasso enviou seu filho para seus pais em Bergamo, enquanto ele
mesmo ficava em Urbino, com Guidobaldo de Urbino. Alguns meses depois, o filho
juntou-se a ele; aquí, na cidade de Urbino estudou com Francesco Maria II Della
Rovere, filho de Guidobaldo, e Guidobaldo Del Monte, então ilustre matemático.
Neste período teve como professores o poligrafo Girolamo Muzio, o poeta local
Antonio Galli e o matemático Federico Commandino. Torquato passou apenas o
verão em Urbino, como a corte passou o inverno em Pesaro Tasso entrou em
contato com o poeta Bernardo Cappello e Dionigi Atanagi, e escreveu a primeira
composição que conhecemos: um soneto em louvor da corte. Tasso envolveu-se, na
altura, na leitura dos grandes poetas clássicos, especialmente Virgílio e
Homero. Na primavera de 1559, Bernardo foi a Veneza para o lançamento do seu
poema “Amadigi” e o grande poeta seguiu o pai. Neste momento,
Torquato compõe os poemas que foram incluídos na coleção coletiva de 1561 e
concebe o poema “Rinaldo”, onde o cavaleiro perfeito desenha a
ambição e o amor pola dama, notando-se, sobremaneira, as influências diretas de
Virgílio. Temente o pai dos conflictos desatados entre o imperador Felipe II e
o papa Pablo IV e que os espanhóis pareciam estar prestes a atacar a cidade,
enviou Torquato para Bergamo no Palazzo Tasso e para a Villa dei Tasso com
alguns parentes e ele se refugiou na corte de Urbino Guidobaldo II Della
Rovere, juntando-se o pai alguns meses depois. Nos seus tempos livres, Torquato
estudou muito a Platão e Aristóteles, dedicou-se a Dante e escreveu comentários
sobre a “Divina Comédia”. Em 1560, seu pai enviou o filho para Pádua
com a finalidade que estudasse jurisprudência, actividade que poderia
fornecer-lhe no futuro uma segura estabilidade económica; porém, na universidade,
Tasso esteve muito mais envolvido na poesia e na filosofia do que com os
estudos legislativos. Em 1562, o seu poema “Rinaldo”, longo poema em doze
cantos que se pode considerar como o antecedente da sua monumental “Jerusalén
liberada” (Gerusalemme liberata) foi publicado em Veneza. O grande poeta tinha
na altura apenas 18 anos. Em 1563 e no início de 1564, Torquato continuou os
seus estudos em Bolonha, mas foi expulso da cidade por causa de certos poemas
satíricos.
Por convite do Príncipe Schipione Gonzaga, Torquato vai para Pádua, continua estudando e é admitido como membro da Academia degli Eterei (Academia dos Etéreos) onde adota o sobrenome de Pentito (Arrepentido); nessa academia lê os seus poemas frente a um erudito e versado público que fica admirado do seu enorme talento. No verão de 1564 em Mântua, conhece e se apaixona primeiro por Lucrezia Bendiddio e depois por Laura Peperara, a quem dedicou vários poemas. Formado já na Universidade, no verão de 1565 e a convite do Cardeal Luigi D’Este (irmão do Duque de Ferrara) chegou a Ferrara. Foi recebido favoravelmente na corte do Duque Afonso II de Ferrara: a sua erudição e talento poético deram um novo brilho à corte. No início, Tasso ficou cego pola corte de Ferrara e foi especialmente apreciado polas suas damas da corte, lideradas por Marfisa d’Este e as irmãs do Duque, Lucrécia e Leonor. Foi ali que Tasso se reuniu com escritores famosos, incluindo Battista Guarini e Giovan Battista Pigna e foi neste período quando o grande poeta escreveu a primeira cruzada do seu grandioso poema “A Jerusalém liberada” dando-lhe o nome de Gottifredo. Em 1566 os cantos já eram seis e irão aumentar nos anos seguintes. Em 1568 publicou as “Considerações sobre três canções do Giovan Battista Pigna”, onde surgiu a concepção platônica e estilística que Tasso tinha do amor, com algumas notas, no entanto, bastante peculiares, que o levaram a reconhecer o divino em tudo que é belo. e definir o amor puramente físico como uma matriz sobrenatural. Os conceitos foram reafirmados nas “Cinquenta conclusões de amor” publicadas dous anos depois. Os primeiros dez anos em Ferrara foram o período mais feliz da vida de Tasso, em que o poeta viveu apreciado por senhoras e senhores polo seu talento poético e a elegância mundana. Em outubro de 1570, Tasso, juntamente com o cardeal Luigi D’Este, foi para a França, onde conheceu o gigante da poesia Pierre Ronsard (a tradução feita por mim do seu soneto mais célebre: “Quand vous serez bien vieille, au soir à la chandelle” pode-se lido aqui:http://culturaliagz.com/?s=Pierre+Ronsard); no entanto, em março do ano seguinte, devido a dificuldades financeiras, o seu empregador deixou Paris. Após o seu retorno não demorou muito em Ferrara; a partir de janeiro de 1572 recebeu um salário na corte do duque, sem desempenhar nenhuma função específica; Acompanhou o duque em viagens a Roma, Pesaro, Veneza. Em 1573, Tasso escreveu o drama pastoral “Aminta”, que é uma das suas obras mais famosas. A obra colossal a “Jerusalém libertada” foi concluída em abril de 1575. Uma vez concluída visitou Roma para o Ano Jubilar. Ao longo de 1576 trabalhou diligentemente, às vezes dolorosamente, para aprimorar o poema. Em abril do mesmo ano, na Páscoa, visitou Módena. En setembro, houve um confronto público entre Tasso e um tal Ercole Fucci, durante o qual o poeta recebeu um golpe na cabeça com um pau. Retornou a Módena, onde compôs poemas em homenagem à poetisa e compositora musical Tarquinia Molza (Módena, 1 de novembro de 1542–Módena, 8 de agosto de 1617) e, por fim, voltou para Ferrara em janeiro de 1577.
Segundo
o célebre historiador da literatura italiana Mikhail Leonidovich Andreiev
(veja-se a sua monumental История литературы Италии. Том II. Возрождение. Книга
2. Чинквеченто. М., ИМЛИ РАН. —2010. (História da Literatuta Italina. Volume
II. Cinquecento. Reavivamento. Livro. M. Ili Ran, 2010): “Em meados dos anos 70
começou a mostrar mais e mais óbvios sinais de mania persecutória, tornando-se
medos obsessivos e alcançado o clímax em 1 de junho de 1577 com um ataque de
loucura: atacou um servo com uma faca antes de Lucretia D’ Este. Foi submetido
no palácio ducal, mas conseguiu fugir na noite do 27 de Julho disfarçado e
cruzou a Itália para ir para Sorrento junto da sua irmã… e no seguinte ano e
meio passou a viajar entre Roma, Mântua, Veneza, Pesaro e Turim até fevereiro
1579. Voltou novamente para Ferrara, na véspera do casamento do Duque e
Margarita Gonzaga. No clímax das celebrações de casamento, em 11 de março, o
dia do se aniversário de trinta e cinco anos, a loucura voltou mais uma vez e
atacou os cortesãos com ameaças e, ainda que não foi enviado para a prisão,
embora para o hospital, foi colocado numa cadeia como um polícia de vigiada”.
Tasso,
segundo indicam estudos recentes, não era simplesmente preso por uma
melancolia, mas era ocasionalmente surpreendido polos excessos da mania, por
ser perigoso para si mesmo e para os outros, mas mesmo que esses desequilíbrios
devessem ter realmente se manifestado, não justificam a tese da loucura ou a
necessidade de remover Tasso da corte por um período tão longo. Portanto, com
boa probabilidade, a principal razão deve estar ligada mais uma vez com as
tentativas estúpidas de recorrer à Inquisição Romana, e a prisão era a única
maneira de não comprometer o relacionamento da corte ducal com os Estados
Pontifícios.
No
hospital de Santa Ana, o poeta finalmente passou sete anos, mas suas condições
de detenção nem sempre foram duras (recomendo com vivo interesse se olhe a
pintura de Eugène
Delacroix, “Tasso no hospital de Sant’Anna”,
estarrecedora recriação da detenção do genial poeta). Às vezes era
levado para a cidade e, aparentemente, às vezes podia andar pola rua, o que
torna muito provável que Tasso conhecesse Michel Montaigne, que estava em
Ferrara em novembro de 1580. E, de fato, nos “Ensaios” é mencionada a
lamentável condição do grande poeta italiano; no entanto, no seu diário de
viagem, Montaigne negligencia esse encontro (hipotético!). Em julho de 1586, um
amigo de Tasso, Vincenzo Gonzaga levou o poeta a Mântua, onde poderia trabalhar
em relativa paz, mas logo houve um novo episódio de doença. Em outubro de 1587,
Tasso escapou do hospital, foi para Roma através de Bolonha e, em março de
1588, chegou a Nápoles e estabeleceu-se no mosteiro de Olivetan.
Em
novembro de 1588, Tasso voltou a Roma, onde viveu sob o patrocínio de Sipione
Gonzaga até agosto de 1589; Devido ao comportamento inadequado foi expulso e
retornou ao mosteiro. Em 1590-1591 viveu por sua vez em Florença, Roma e
Mântua. Em janeiro de 1592, a convite de Matteo di Cápua foi para Nápoles. Nos
últimos anos da sua vida, o poeta criou uma nova versão da sua obra principal:
o longo poema em vinte cantos “A Jerusalém conquistada”, que está de
acordo com os princípios ideológicos da Contra-Reforma. 1594 recebeu um convite
do Papa para acudir a Roma como grande poeta e ser coroado em Campidoglio, mas
não há certeza sobre isso e o mais provável é que fosse um delírio do próprio
poeta. Tasso em abril de 1595 entrou no mosteiro de São Onofre, no Gianicolo
onde, ao que parecia, o ar era mais curativo para ele. Em 25 de abril de 1595,
antes de chegar à coroação, Torquato Tasso morre. O grande poeta está enterrado
no Trastevere, na igreja de Sant’Onofrio al Gianicolo,
localizada no Janículo, parte do rio Trastevere, em Roma.
A narradora e actriz, Soledad Felloza, estará este sábado no auditorio da Casa-Museo Manuel María para contar ás nenas e nenos (entre 5 e 10 anos) que se acheguen, e as súas familias, “Bailar nas nubes”.
O espectáculo trata dunha nena que soña con bailar coas nubes mais a súa casa está pegadiña á terra e moi lonxe do ceo. Só a axuda de novos veciños fará que o soño sexa unha realidade.
As entradas poden reservarse anticipadamente (prezo do billete: 2 euros) a través do correo electrónico contacto@casamuseomanuelmaria.gal
*Información facilitada pola Casa-Museo Manuel María
Étienne Mallarmé, conhecido como Stéphane
Mallarmé, nasceu em Paris em 18 de março de 1842. O poeta perdeu a mãe quanto
apenas tinha cinco anos com o que foi criado pola sua avó.
Admirador
de Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Théodore de Banville, Stéphane
Mallarmé publicou os seus primeiros versos em 1862. Professor de inglês por
necessidade vital, foi nomeado professor desta língua em setembro de 1863 no
colégio Tournon-sur-Rhône em Ardèche («que inclui as duas palavras às quais
dediquei a minha vida: Art, Dèche») e permaneceu em Besançon e Avignon, antes
de voltar a Paris em 1871. Foi então quando se juntou a autores como Paul
Verlaine, Émile Zola, Catulle Mendès, ou Auguste de Villiers de L’Isle-Adam e
artistas como Edouard Manet, que pintou o seu retrato em 1876.
Encontrou-se
com dificuldades no seu trabalho como professor (era escarnecido polos seus
alunos), mas levou uma vida familiar pacífica, pontuada por dificuldades
financeiras e um fundo pesar, especialmente pola morte de seu filho Anatole em
1879 aos oito anos de idade. Escreveu poemas extremamente elaborados e recebeu
os seus amigos poetas e romancistas durante as terças-feiras na rua de Roma ou
na sua casa de campo, em Valvins, perto de Fontainebleau, onde morreu em 9 de
setembro de 1898 aos 56 anos de idade.
Atraído pola estética da arte pola arte, colaborou no Parnasso Contemporâneo desde 1866. Com efeito, o primeiro fascículo do Parnasse Contemporaine contém dez dos seus poemas. [Quem ter curiosidade pode ler esta fulcral edição francesa nesta ligação:https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k199820]. A sua obra tornou-se um esforço colossal na busca por superar o seu sentimento de impotência ligado a um estado depressivo, na diligência da pura beleza que ao seu entender é só criação da arte: «o mundo é feito para fornecer um belo livro». Tentou levar a cabo uma obra ambiciosa que retrabalhará por muito tempo como mostra o seu magno poema inacabado Herodiades (1864-1887) ou A Tarde dum Fauno (1865-1876), da qual Claude Debussy irá compor uma das suas mais famosas obras sinfônicas em 1892-1894). Deste poema Paul Valéry tem escrito que é o mais grande poema já escrito por autor francês. Admirador de Edgar Allan Poe, traduziu O Corvo (1845), que foi publicado em 1875 com ilustrações de Edward Manet, e escreveu o célebre soneto ao Túmulo de Poe em 1876 que, traduzido por mim, pode ser lido em CulturaliaGZ aquí: http://culturaliagz.com/?s=Mallarm%C3%A9 .
Em
1887, publicou uma edição dos seus poemas que mostram a sua pesquisa estilística,
como o «Soneto en X» (em duas versões e que tentarei traduzir para colocar cá),
ou o soneto em octosílabos «A renda é abolida». O ponto culminante dessa
ambição do poema absoluto aparece no poema gráfico de 1897 «Um golpe de dados
nunca abolirá o acaso». Essa busca por uma expressão densa em direção à pureza
valeu-lhe, entretanto, desde o começo, o oprobrioso termo de hermético,
intrincado, escuro, que permanece ligado à arte mallarmeana.
A fama de Stéphane Mallarmé consolida-se ainda mais em 1884, quando Paul Verlaine inscreve-o na série de poetas malditos num longo escrito sobre Mallarmé (“Les Poètes maudits” teve uma segunda edição aumentada nesse mesmo ano e ainda uma terceira acrescentada e ilustrada em 1888) [pode se aceder ao texto nesta ligação: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k72580r], onde é descrito como o portador da modernidade e próximo das vanguardas na arte e na literatura. Foi reconhecido como mestre polas gerações poéticas mais jovens, de Henri de Regnier até os simbolistas e Paul Valéry. Assim, empenhado num ambicioso trabalho poético (talvez por isso a sua obra mestra, Hérodiade, ficou sem poder ser acabada), Stéphane Mallarmé é iniciador na segunda metade do século XIX duma renovação da poesia que é culminação à vez que superação do simbolismo, cuja influência ainda se ressente nos poetas contemporâneos como Yves Bonnefoy (Tours, 24 de junho de 1923 ─ Paris, 1 de julho de 2016).
Em
8 de setembro de 1898, Mallarmé sofreu um espasmo da laringe que não conseguiu
curar. Na mesma noite, mandou numa carta para sua esposa e filha para serem
destruidos os seus papéis e notas, declarando: «Não existe legado literário aí
…», no mesmo proceder que teve o grande romancista Franz Kafka ou, entre nós,
Rosalia de Castro. Na manhã seguinte, vítima da enfermidade, morreu nos braços do seu médico, na presença
de sua esposa e filha. Está enterrado ao lado de seu filho Anatole no cemitério
de Samoreau, perto de Valvins.
O
texto do poema em francês foi tirado da edição “Poésies”, Bookking International, Paris, página 31.
La chair est triste, hélas ! et j’ai lu tous les livres.
Fuir ! là-bas fuir! Je sens que des oiseaux sont ivres
D’être parmi l’écume inconnue et les cieux !
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retiendra ce coeur qui dans la mer se trempe
Ô nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l’ancre pour une exotique nature !
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l’adieu suprême des mouchoirs !
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages,
Sont-ils de ceux qu’un vent penche sur les naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots …
Mais, ô mon coeur, entends le chant des matelots !
CERTAME DE MICRORRELATOS DÍA DO LIBRO 2019 O Concello de Vilalba, coa colaboración de Culturalia GZ, organizan un concurso de microrrelatos que ten como obxectivo conmemorar o Día do Libro 2019 e asemade fomentar na poboación o achegamento á lectura literaria.
BASES
Participación a) Poderán concursar todas as persoas que o desexen, calquera que sexa a súa nacionalidade. b) Os menores de idade deberán acompañar o microrrelato dunha autorización do pai, nai ou titor/a legal.
Sobre os textos/microrrelatos a) Os relatos deberán estar escritos en lingua galega, ser orixinais e inéditos feito do que se responsabilizará o/a autor/a do mesmo. b) O tema dos microrrelatos é libre e deberá conter, polo menos unha vez, a palabra libro no corpo do microrrelato. c) Cada participante poderá presentar un máximo dun microrrelato. d) As obras terán como máximo 100 palabras (título incluído). e) Os textos presentaranse co seguinte formato: .docx, Arial, 12 puntos, interliñado 1,15.
Normas sobre o envío de textos a) Os microrrelatos enviaranse por correo electrónico ao seguinte enderezo do Concello de Vilalba: patriciateijeiro@vilalba.es b) No correo deberá figurar como asunto: Certame de microrrelatos. Infantil/Xuvenil/Adultos (a categoría que corresponda, as cales se detallan no punto 5), e acompañarase de dous documentos (A e B) en formato .docx.
Documento A. Nomearase co Título do microrrelato e conterá o texto do microrrelato sen sinatura e baixo un pseudónimo.
Documento B. Nomearase do seguinte xeito: Título do microrrelato-Pseudónimo, e conterá os datos persoais da persoa concursante: nome e apelidos, enderezo postal, correo electrónico, teléfono e copia dixital do DNI. c) No caso de que o/a concursante sexa menor de idade, xuntarase a maiores unha autorización asinada polo pai, a nai ou o/a titor/a legal cos seus datos correspondentes na que se indique que autorizan á participación e posterior publicación dos datos persoais dos menores, así como, á difusión dos microrrelatos e fotografías de ditos participantes coa única finalidade de darlle publicidade ó certame. Cada participante menor de idade entregará esta autorización debendo usar o modelo que aparece no ANEXO recollido a continuación das bases destes certame (en pdf editable). d) Os relatos recibidos sen identificación ou con identificación incompleta quedarán automaticamente eliminados do concurso.
Período de presentación O prazo para a presentación de textos estará aberto desde as 00:01 horas do 3 de abril ata as 23:59 horas do 3 de maio de 2019.
Categorías Establécense tres categorías Infantil: ata 11 anos Xuvenil: de 12 a 17 anos Adultos/as: a partir dos 18 anos
Premios a) Distribuiranse tres premios por cada unha das categorías Infantil
Primeiro premio: diploma, figura conmemorativa, lote de libros e material escolar.
Segundo premio: diploma, figura conmemorativa e lote de libros.
Terceiro premio: diploma, figura conmemorativa e lote de libros. Xuvenil
Primeiro premio: diploma, figura conmemorativa, lote de libros e tablet.
Segundo premio: diploma,figura conmemorativa e lote de libros.
Terceiro premio: diploma, figura conmemorativa e lote de libros. Persoas adultas
Primeiro premio: diploma, figura conmemorativa, lote de libros e 300 euros.
Segundo premio: diploma, figura conmemorativa, lote de libros e 200 euros.
Terceiro premio: diploma, figura conmemorativa, lote de libros e 100 euros.
Xurado a) O xurado estará formado por tres membros designados previamente e vencellados ós eidos da cultura e da educación. Terá facultades plenas para decidir as persoas gañadoras e a súa decisión será inapelable. Poderá declarar deserto algún dos premios se así o considera. A composición deste farase pública canda a resolución do premio. b) O xurado reserva para si o dereito a non admitir aqueles microrrelatos que atenten contra os dereitos á intimidade, á honra e á propia imaxe de terceiros ou que conteñan, a modo enunciativo pero non limitativo, connotacións racistas, sexistas e/ou discriminatorias, comentarios obscenos, difamatorios ou calquera outros que atenten contra a dignidade e/ou a orde pública.
Comunicación do resultado do certame a) A decisión do xurado darase a coñecer o día 7 de maio de 2019 a través das páxinas web das entidades convocantes, www.vilalba.org e www.culturaliagz.com, e nas súas redes sociais, así como, o nome dos seus integrantes. Debe advertirse que só que coñecerá a identidade dos participantes unha vez que o xurado teña tomado a súa deliberación final. b) A organización comunicará mediante chamada telefónica os premios ás persoas gañadoras no mesmo día da resolución do certame por parte do xurado.
Entrega de premios A cerimonia de entrega de premios ás persoas gañadores realizarase nun acto que terá lugar na Casa da Cultura de Vilalba o 10 de maio de 2019. Acto ao que serán convidados/-as os/as premiados/-as, ou persoa en quen deleguen, para recoller os seus galardóns. Neste acto, darase lectura ós microrrelatos gañadores.
Publicación a) A organización do certame publicará os microrrelatos gañadores nas súas páxinas web, www.vilalba.org e www.culturaliagz.com, a partir da semana seguinte á entrega de premios para que poidan ser lidos polas persoas que o desexen. Coa participación neste certame, os/as responsables destes microrrelatos autorizan ó Concello de Vilaba e a Culturalia GZ á difusión dos mesmos é a do nome do seu creador/a na súa páxina web e/ou ou nos medios que consideren oportunos. No caso dos participantes menores de idade, achegarán a devandita autorización do pai, da nai ou do titor/a legal. A organización respectará, en todo caso, os dereitos morais que os/as autores/as posúan sobre as súas obras. b) Os microrrelatos que non obteñen ningún tipo de premio, destruiranse unha vez rematado o certame.
Tratamento de datos persoais En cumprimento do previsto na Lei Orgánica 15/1999, de 13 de decembro, de Protección de Datos de Carácter Persoal (LOPD) e o Real Decreto 1720/2007, de 21 de decembro, polo que se aproba o Regulamento de desenvolvemento da LOPD, os datos das persoas participantes serán incorporados a un ficheiro responsabilidade de do Concello de Vilalba, coa única finalidade de xestionar os premios desta promoción e de contactar coas persoas gañadoras para enviarlles os premios. En ningún momento se empregará esta información para ulteriores promocións. Os autores e autoras poderán exercer os seus dereitos de acceso, rectificación, oposición e cancelación dirixíndose ás oficinas do Concello coa súa solicitude de fotocopia do DNI. O Concello de Vilalba comprométese a tratar en todo momento os seus datos de carácter persoal de forma absolutamente confidencial e de acordo coas finalidades previstas nas presentes bases.
Observacións a) A organización do certame ten a capacidade de decidir sobre a interpretación das bases en última instancia ou sobre a súa modificación en caso de erro sendo a súa decisión inapelable. b) O certame poderá declararse deserto se os microrrelatos participantes non acadan a calidade necesaria, segundo o criterio do xurado. c) O feito de participar neste certame implica a total aceptación das súas bases.
(Bolonha,
entre 1230 e 1240 – Monselice, 1276) foi um poeta italiano. Filho de juiz
proveniente duma família nobre, os Principi, seguiu o conselho de seu pai e, depois
de concluir os seus estudos de direito na Universidade de Bolonha, dedicou-se à
profissão jurídica na cidade de Castelfranco Emilia, enquanto participava da vida
política da cidade dividida entre Guelfos (defensores das liberdades comunais e
apoiados polo Papa), liderados polos Lambertazzi e os Gibelinos (seguidores do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico)
que estavam sob o comando dos Geremei.
Tornou-se um alto funcionário, mas em 1274, quando a vitória dos Guelfos
aconteceu, sendo gibelino deve ir para o exílio com sua mulher, Bice della Fratta
e o filho, Guiduccio Guinizzelli, em
Monselice, perto de Pádua (região do Vêneto), onde ele viria morrer. Guido Cavalcanti considerou-o o seu mestre poético
e Dante chamou-o “o pai dos poetas italianos”:
…quand ‘io
odo nomar sé stesso il padre
mio e de altri
miei miglior che mai
rime d’amor usando dolci e
leggiadre…
(Purgatorio, XXVI 97-98).
(…Quando o
nome essas vozes declararam
Do pai meu e
do pai doutros melhores
Que em doce
metro amores decantaram…)
Nota.- Tomo a
tradução feita em 1888 polo escritor e tradutor brasileiro José Pedro Xabier
Pinheiro (12 de outubro de 1822, Salvador, Estado
de Bahía – 20 de outubro de 1882,Rio de Janiero, Estado de Rio de Janiero)
Pai do “Dolce Stil Nuovo” (fórmula
consagrada por Dante no canto XXIV do Purgatório da Divina Comédia), apenas
restam do seu original Cancioneiro cinco canções e quinze sonetos.
Este poeta, considerado hoje como
arcaico, está mais próximo pola sua temática e métrica dos poetas sicilianos da
época do que dos toscanos.
O aspecto inovador da sua arte
origina-se na temática avançada aos poetas toscanos da época. De facto, existe
para o poeta, por um lado, uma relação direta entre a nobreza do coração e o
amor, e não mais polo nascimento. Por outro lado, a onipotência da irradiação
mística da Senhora é apresentada como um reflexo da glória de Deus. Finalmente,
podemos falar de uma ruptura formal com a melodia da linguagem, uma sintaxe
cristalina sem preciosidade prosódica. A poesia de Guinizzelli, devido ao uso
de uma terminologia escolástica, é muito elaborada e nem sempre acessível na
primeira leitura. No entanto, permanece um poder revigorante excitado pola sua
seiva de imagens, um verdadeiro espelho dos sentimentos humanos.