Trinta anos de penar tenho passado

em galope fuga e ardor consciente,

e ao mundo lhe demandei consulente

o que foi do teu olhar nunca olvidado.

 

Trinta anos no peito tenho guardado

o fogo que queima e alimenta ausente.

Trinta anos a te lembrar tão silente.

Trinta anos que teus olhos têm reinado.

 

O tempo vai e a tua face perdura

guardada como um ícone que acende

trinta anos em queixume que me fura.

 

O lume que todo o meu ser transcende,

nem nos dias murcha, nem se arrepende

que em mim há caminhar pra a sepultura.

[Do livro inédito “Sonata dum quebrado violino”]

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